sábado, 22 de fevereiro de 2014

No PI, suspeito é torturado, jogado em formigueiro e OAB leva caso ao MP


O vídeo de um homem, com mãos e pés atados, sendo atirado a um formigueiro postado no You Tube chamou a atenção da comissão de defesa dos direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí. A gravação, que teria acontecido em Teresina, mostra homens que estariam se vingando de um jovem suspeito de roubar uma casa na região. O presidente da comissão, Francisco Campelo, resolveu encaminhar, ainda nesta semana, a denúncia de tortura ao Ministério Público Estadual (MPE) e solicitar uma investigação.



O presidente da comissão de segurança pública da OAB-PI, Lúcio Tadeu, acompanhou com tristeza o episódio de tortura. “Eu entendo q isso é um crime. Além de benefício arbitrário, tem crime de tortura aí também. Eu acho que o presidente da comissão de direitos humanos, Francisco Campelo, tem que pedir a investigação mesmo porque, depois, esse tipo de coisa se volta contra a própria sociedade”, reforçou.

O homem aparece com o rosto inchado e gritando de dor, como mostra o vídeo gravado pelos autores da tortura, que seriam integrantes de um grupo de justiceiros.  O áudio sugere que mais pessoas do que as que aparecem no vídeo assistem à agressão. Os torturadores não se sensibilizam com a agonia do rapaz e ironizam: “Agora ‘tu’ lembra de Deus, é?”

 Segundo o secretário de segurança pública do estado do Piauí, Robert Rios, o caso está sendo investigado pela Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí. Ele nega que haja qualquer grupo de justiceiros no estado. “Não tem grupo de justiceiro aqui no Piauí e ninguém nem sabe se isso é verdade. Quem está acompanhando esse caso é o delegado geral da Polícia Civil do Piauí, James Guerra. Eu não sei de nada, nem vi nada”, declarou.

Lúcio Tadeu chama atenção para a falta de investimentos na segurança pública. Para ele, isso pode explicar a sensação de insegurança da população e o maior registro de casos de vingança ou justiça com as próprias mãos nos últimos meses no Piauí. “Eu atribuo à sensação de insegurança por que o país passa e a sociedade sente. De Norte a Sul, o país reclama disso. E é cada vez menos investimento pra segurança. A segurança pública é o patinho feio. Enquanto não houver uma política de estado, permaneceremos no problema”, ressaltou.

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