Jovem de 14 anos iria participar de competição internacional.
O capitão da seleção brasileira na Street Child World Cup, uma competição internacional de futebol disputada por crianças de rua e criada por uma ONG inglesa, foi assassinado no Bairro Genibaú, na periferia de Fortaleza. Segundo informações da Polícia Civil, o adolescente de 14 anos foi atingido por cinco tiros, sendo três deles na cabeça, no dia 14 de fevereiro. O jovem, considerado um talento pelos treinadores, estrearia pela seleção no próximo domingo (30) contra o time do Egito, no Rio de Janeiro.
Segundo a polícia, Rodrigo Kelton estava a caminho de casa com um irmão quando o atirador, em uma bicicleta, realizou os disparos. Ainda de acordo com a Polícia Civil, testemunhas foram ouvidas e buscas, realizadas, mas as informações estão sendo mantidas em sigilo para não prejudicar as investigações.
O ex-capitão do time Brasil, Rodrigo Kelton, morreu no dia que completou 14 anos. O menino era morador de um bairro da periferia e os pais eram usuários de drogas. Por conta disso, ele e o irmão mais velho começaram a morar nas ruas. Em 2009, o coordenador da ONG O Pequeno Nazareno, Antônio Carlos, conheceu Rodrigo nas ruas e o apresentou à organização. De acordo com o coordenador, o menino adorava jogar futebol e jogos de computador.
No início de 2010, Rodrigo Kelton foi acolhido no sítio da ONG, no município de Maranguape, onde viveu por três anos. O irmão mais velho dele também foi encaminhado, mas só ficou por dois meses. Neste período, a mãe de Rodrigo também fez um tratamento de reabilitação em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas. Depois de passar férias com a família e acreditar que a situação estava diferente, ele resolveu voltar para casa em março de 2013.
Quando o menino já tinha voltado para casa no Bairro Genibaú, a mãe teve uma recaída. Ele e o irmão voltaram às ruas para praticar furtos. Em um desses, os dois foram apreendidos. O menino chegou a passar 45 dias em um centro para adolescentes infratores.
Depois de cumprir a medida socioeducativa, o jogador pediu ajuda e voltou a ser acolhido pela instituição, quando foi escolhido para compor o grupo de nove jovens que vão representar o Brasil na competição internacional que reúne 19 países. "A Copa da Rua foi abraçada por ele como um caminho da integração social, mas o Brasil certamente perdeu mais uma batalha", afirmou Ribeiro.
Depois de cumprir a medida socioeducativa, o jogador pediu ajuda e voltou a ser acolhido pela instituição, quando foi escolhido para compor o grupo de nove jovens que vão representar o Brasil na competição internacional que reúne 19 países. "A Copa da Rua foi abraçada por ele como um caminho da integração social, mas o Brasil certamente perdeu mais uma batalha", afirmou Ribeiro.
A escolha para ser capitão do time foi pelas qualidades técnicas de Rodrigo. A pretensão dos coordenadores da organização era levar o menino para treinar no time do Ceará assim que voltasse do Rio de Janeiro.
'A rua não perdoa'
"Rodrigo muito cedo tornou-se uma criança em situação de rua [...] A rua não perdoa, rouba a infância e, muitas vezes, a vida de inúmeros brasileiros. Ele foi acolhido por três anos na instituição [O Pequeno Nazareno]. Ao voltar para a família e para sua comunidade, não resistiu ao reencontro com a dura realidade. Cometeu um ato infracional e foi punido de acordo com a legislação brasileira" disse Ribeiro.
"Rodrigo muito cedo tornou-se uma criança em situação de rua [...] A rua não perdoa, rouba a infância e, muitas vezes, a vida de inúmeros brasileiros. Ele foi acolhido por três anos na instituição [O Pequeno Nazareno]. Ao voltar para a família e para sua comunidade, não resistiu ao reencontro com a dura realidade. Cometeu um ato infracional e foi punido de acordo com a legislação brasileira" disse Ribeiro.
"Ele era o capitão do time. Um bom atacante, fazedor de gols e admirador do jogador Neymar. O Estado brasileiro está perdendo todas as jogadas quando se trata de resolver a situação das crianças que moram nas ruas. De que vale sediar a Copa da FIFA e perder a copa da vida de nossas crianças que vivem nas ruas?", disse o coordenador.
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