sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Pensada para ser ecologicamente correta, Arena da Amazônia desiste de projetos sustentáveis

Devido a prazo apertado, estádio abre mão de ideias verdes e museu sairá só depois da Copa

A Copa no Amazonas será bem menos sustentável do que se esperava. Desde que Manaus se candidatou a ser uma das sedes do Mundial, os projetos para a construção do novo estádio sempre envolviam o conceito de sustentabilidade.
Um deles — antes de ser definida a proposta final da Arena da Amazônia — previa o aproveitamento das águas da chuva para resfriar as estruturas do complexo, deixando o clima interno do estádio mais agradável. Esta opção, cuja cobertura era inspirada em couro de jiboia, contaria com cobertura retrátil, centro de compras e dois edifícios-garagem. Não foi para frente.
No início de 2009, o governo optou pelo projeto atual, no qual o estádio tem formato de cesto indígena, retirando itens como a cobertura retrátil e os edifícios-garagem. Para tentar deixar o estádio mais sustentável, o Estado apresentou, em 2010, um projeto para captação de energia solar. Mas o prazo apertou e tudo ficará para depois do Mundial.
Por enquanto, a única coisa que tem algo a ver com a expressão sustentabilidade na Arena (além do reaproveitamento de parte do concreto do antigo estádio que foi demolido) é o sistema de irrigação, que vai funcionar com água da chuva captada na membrana da cobertura.
E não foi só a sustentabilidade que ficou em segundo plano na construção da arena de Manaus. Um museu dedicado ao futebol local também seria construído nas dependências do estádio, mas também só sairá depois da Copa. O local seria composto, em grande parte, pelo acervo do jornalista e historiador Carlos Zamith, autor da série de livros "Baú Velho", que conta a história dos clubes do Amazonas, com biografias de jogadores, dados estatísticos, rico acervo fotográfico entre outros itens. Zamith morreu no início julho, aos 87 anos, e a família se prontificou em doar o acervo para o Estado.
— É lamentável que o museu só fique pronto depois do Mundial. O turista estrangeiro poderia conhecer um pouco mais da história do nosso futebol, que hoje não é tão forte, mas que já teve craques como Toninho Cerezo no início de carreira e Dadá Maravilha (ambos jogando pelo Nacional). Ficaram devendo isso — lamenta o torcedor do São Raimundo Ivan Teixeira, 23 anos.

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