O Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) lançou o Mapa da Violência 2013, capítulo “Homicídios e Juventude no Brasil”, com informações de como morrem os jovens no Brasil. O estudo agrega dados entre os anos de 1980 e 2011. O objetivo da publicação é contribuir para o enfrentamento da violência pela sociedade brasileira.
Segundo estimativas populacionais, em 2011 existiam 34,5 milhões de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos de idade, representando 18% do total de habitantes no Brasil. Em vez de diminuir, como a taxa de mortalidade da população brasileira, a mesma não ocorreu com os jovens.
Segundo estimativas populacionais, em 2011 existiam 34,5 milhões de jovens na faixa dos 15 aos 24 anos de idade, representando 18% do total de habitantes no Brasil. Em vez de diminuir, como a taxa de mortalidade da população brasileira, a mesma não ocorreu com os jovens.
Na década de 80, as principais causas de óbitos eram enfermidades ligadas a endemias, mas agora são de causas externas, como acidentes de carro, suicídios ou homicídios, atingindo mais de dois milhões de jovens nestes 31 anos. Em oposto à queda de mortalidade da população total (3,5%), as mortes por fatores externos em jovens aumentaram 28,5% e são responsáveis por 2/3 dos falecimentos desta faixa etária.
Os homicídios cresceram 132,1%, os suicídios 56,4% e os acidentes de trânsito aumentaram 28,5%. Nos Estados de Alagoas, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Distrito Federal mais da metade do total de mortes juvenis foram provocados por homicídio.
Municípios
No estudo estão relacionados os cem Municípios com as maiores taxas de homicídio na população total e juvenil. Foram encontrados 1085 Municípios (19,5%) que não contabilizaram nenhum homicídio entre 2009 e 2011. Em relação aos jovens, não houve nenhum homicídio em 3.638 municípios em 2011.
Mas, por outro lado, 15 ultrapassaram cem homicídios por 100 mil habitantes apenas em 2011. Em algumas localidades, a taxa de mortalidade juvenil triplicou se comparado com a população total, como no caso de Simões Filho (BA), com taxa de 139,4 para a população em geral e 378,9 homicídios por 100 mil jovens. Rio Largo (AL) também obteve uma taxa juvenil que supera 300 homicídios por 100 mil jovens. Em outros doze Municípios foi encontrada uma taxa de 200 homicídios por 100 mil jovens. E, finalmente 72 Municípios tiveram taxas acima de 100 homicídios por 100 mil jovens.
País em guerra
Segundo o estudo, mesmo o Brasil sendo um “país sem disputas territoriais, movimentos emancipatórios, guerras civis, enfrentamentos religiosos, raciais ou étnicos, conflitos de fronteira ou atos terroristas”, entre 2008 e 2011 foram contabilizados 206.005 vítimas de homicídios. Este número é muito mais elevado que os 12 maiores conflitos armados mundiais entre 2004 e 2007, com 169.574 mil óbitos.
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