Apesar de lotar a Arena da Amazônia, Vasco não lucrou nada e ainda teve de pagar para entrar em campo (Foto: Silvio Lima)
A estreia do Vasco na Copa do Brasil teve casa cheia e renda milionária, mas nenhum centavo nos cofres cruz-maltinos. O público de 40 mil torcedores, quase a capacidade máxima da Arena da Amazônia, garantiu uma renda total de R$ 2.122.210,00. O clube de São Januário, no entanto, pagou para entrar em campo. Teve gastos com hotel e deslocamentos de ônibus em Manaus. E só ganhou as passagens aéreas depois de muito reclamar com os organizadores do evento e até ameaçar não entrar em campo.
Toda a situação gerou a revolta da diretoria vascaína. O vice-presidente de futebol Ercolino de Luca resumiu o caso como uma palhaçada. Segundo ele, a arbitragem da partida foi amazonense para impedir o Cruz-Maltino de eliminar o jogo de volta. Nesse caso, o Vasco ficaria com 60% da renda líquida do confronto - cerca de R$ 600 mil - e daria prejuízo aos organizadores. Houve um lance em que o atacante Thalles foi puxado dentro da área e o juiz Edmar Campos da Encarnação ignorou o pênalti.
Borderô mostra renda de mais de R$ 1 milhão para o Resende, mas valor na verdade foi o lucro obtido pelos organizadores da partida em Manaus (Foto: Reprodução / CBF)
Segundo o borderô publicado no site da CBF, a renda líquida do confronto foi de R$ 1.018.410,69. O documento destina esse valor ao Resende, mandante do jogo. O clube do Sul Fluminense, no entanto, recebeu um valor fixo - não revelado por sua diretoria - por levar a partida para Manaus e a renda milionária, segundo o Vasco, ficou com os organizadores do evento. A Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) lucrou 10% da renda total - R$ 200 mil. Enquanto a Federação Amazonense de Futebol (FAF) recebeu 5% do valor - R$ 100 mil.
- Colocamos 40 mil torcedores no estádio e tivemos de pagar para jogar. Isso é uma vergonha para o futebol. O jogo foi comprado (para ser um evento na arena) e o Vasco foi comunicado às vésperas da partida. Uma bagunça. Gastamos dinheiro com hotel, ônibus e o evento só pagou as passagens aéreas porque reclamamos muito e dissemos que não iríamos jogar. Demos dinheiro para os outros. Ainda botaram um árbitro local para não dar pênalti e não deixar o Vasco vencer por 2 a 0. Nesse caso, ficaríamos com 60% da renda. Fizeram sacanagem até na arbitragem. É uma palhaçada. Tem que investigar isso. Estamos na final do estadual. Tivemos que viajar para Manaus e pagar do nosso bolso para jogar - reclamou.
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