terça-feira, 1 de abril de 2014

NATAL RN - Secopa e consórcio explicam falhas


Contra chuva e vento fortes, não há arena alguma no Brasil que consiga proteger o torcedor de se molhar. Essa foi a explicação dada tanto pelo secretário da Secopa do RN, Demétrio Torres, quanto pela assessoria de imprensa do consórcio Arena das Dunas sobre os fatos registrados domingo (30) no estádio natalense preparado para Copa do Mundo, quando até o setor destinado à imprensa foi invadido pela água e os equipamentos das emissoras tiveram de ser cobertos ou recolhidos para evitar danos.

Segundo a Fifa, um estádio moderno para estar apto a servir como sede de um jogo de Copa do Mundo, deve “ter cobertura sobre todos os espectadores, sendo isso particularmente desejável em cidades que apresentem climas úmidos e frios. Nas partes do mundo em que a luz do sol é relativamente constante, a cobertura deve proporcionar sombra para os espectadores, pelo menos, num certo período do jogo”.

Responsável pela licitação da cobertura da Arena das Dunas, Demétrio Torres reforçou que a “cobertura do estádio está de acordo com aquilo que foi licitado”. Ele ressaltou que o projeto de cobertura não sofreu modificação e tudo está de acordo com o projeto aprovado pelos técnicos da Fifa. Em relação ao projeto concebido inicialmente, por medida de economia, foi retirado apenas o segundo módulo de cobertura das partes norte e sul da Arena das Dunas, as que ficam situadas atrás dos gols. Porém, esse primeiro projeto teve a licitação deserta, não despertou interesse das construtoras por ser muito considerado caro. Daí surgiu a necessidade de realizar algumas adequações na cobertura. “Não podemos levar em conta um projeto que teve a licitação deserta e não foi adiante”, reforçou o responsável pela Secopa.

O consórcio Arena das Dunas corroborou com a informação passada pelo secretário Demétrio Torres, ressaltando que essa foi a primeira vez que um jogo foi realizado na arena com chuva e vento muito fortes, que atingiram o setor oeste do estádio. Questionado sobre o problema registrado no setor de imprensa, o gerente de marketing do consórcio controlador da nova praça esportiva, Arthur Couto, ressaltou que vai solicitar uma reunião com o presidente da Associação dos Cronistas Esportivos (ACERN) para tratar da questão e verificar o que pode ser melhorado para amenizar problemas futuros.

Para o narrador da Rádio Globo Natal, Marcos Lopes, em se tratando de um estádio de primeiro mundo, ele nunca imaginou ter a transmissão prejudicada por causa de uma chuva. “Para mim a Arena das Dunas diante do problema ficou do tamanho do Barrettão e do Ninho do Periquito. Não se justifica gastar tanto na construção de uma praça esportiva (R$ 400 milhões) e a mesma não ofereça condições de proteger público e imprensa contra a chuva”, reclamou.

O trabalho da imprensa foi bastante prejudicado pela falta uma proteção efetiva. Cinegrafistas tiveram que recolher as câmeras às pressas, profissionais de jornais impressos, portais e blogs recolheram os computadores e os narradores, comentaristas das rádios passaram a trabalhar de pé e com os equipamentos eletrônicos cobertos por panos. Os repórteres e fotógrafos que trabalhavam na beira do campo procuraram abrigo abaixo das escadas que dão acesso às arquibancadas do estádio. Os que portavam guarda-chuvas receberam a recomendação de não usá-los. Para tentar amenizar a situação dos torcedores do América, a administração da Arena das Dunas liberou o acesso para o anel superior, onde a proteção é maior.

Além das questões relativas às arquibancadas, não houve mais qualquer registro de alagamento, mesmo frente ao forte temporal. “A drenagem do estádio mostrou ser bem eficiente e, mesmo enfrentando forte temporal, as condições do campo se mostraram boas para prática do futebol. Na tentativa de minimizar o problema dos torcedores posicionados no setor leste, abrimos o anel superior para eles subirem e se abrigarem da chuva”, disse Arthur Couto.

A Fifa não recomenda estádios totalmente cobertos, mesmo aqueles equipados com tetos retráteis. Segundo a entidade, “o desafio” deste tipo de teto é manter a grama do campo em condição aceitável.

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